No período de dez anos, o número de óbitos de crianças menores de um ano caiu de 29,7 para 15,6 para cada mil nascidas vivas, um decréscimo de 47,6% na taxa brasileira de mortalidade infantil. Entre as regiões, a maior queda foi no Nordeste, de 44,7 para 18,5 óbitos, apesar de ainda ser a região com o maior indicador.
A pesquisa revela que 24% dos jovens de 24 a 30 anos do Piauí abandonaram o ensino médio sem sua conclusão.
No 2010, havia 45,6 milhões de pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas (visual, auditiva, motora e mental), representando 23,9% da população.
No Piauí, a investigação de deficiências na população é de 27,6%.
O nível de instrução da população aumentou: na população de 10 anos ou mais de idade por nível de instrução, de 2000 para 2010, o percentual de pessoas sem instrução ou com o fundamental incompleto caiu de 65,1% para 50,2%; já o de pessoas com pelo menos o curso superior completo aumentou de 4,4% para 7,9%.
De 2000 para 2010, o percentual de jovens que não frequentavam escola na faixa de 7 a 14 anos de idade caiu de 5,5% para 3,1%. As maiores quedas ocorreram nas Regiões Norte (de 11,2% para 5,6%, que ainda é o maior percentual entre as regiões) e Nordeste (de 7,1% para 3,2%).
Em 2010, o rendimento médio mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas com rendimento de trabalho foi de R$ 1.345, contra R$ 1.275 em 2000, um ganho real de 5,5%. Enquanto o rendimento médio real dos homens passou de R$ 1.450 para R$ 1.510, de 2000 para 2010, o das mulheres foi de R$ 982 para R$ 1.115. O ganho real foi de 13,5% para as mulheres e 4,1% para os homens. A mulher passou a ganhar 73,8% do rendimento médio de trabalho do homem; em 2000, esse percentual era 67,7%.
As pessoas que ganhavam mais de 20 salários mínimos de rendimento mensal de todos os trabalhos representaram 0,9% da população ocupada do país, em 2010, enquanto a parcela das sem rendimento foi de 6,6% e a das com remuneração até um salário mínimo, 32,7%.
No Brasil, 32,2 milhões de pessoas (52,2% do total de trabalhadores que trabalhavam fora do domicílio) levavam de seis a 30 minutos para chegar ao trabalho em 2010 e 7,0 milhões (11,4%) levavam mais de uma hora. Já no Rio de Janeiro, 2,0 milhões (38,6%) levavam entre seis minutos e meia hora, 1,6 milhão (30,7%) levava entre meia e uma hora e 1,2 milhão (23,1%) levava mais de uma hora.
CASAMENTO E FILHOS AFASTAM JOVENS DO ENSINO MÉDIO NO PIAUÍ
O lacador de carros Francisco das Chagas dos Santos Silva, de 29 anos, trabalha das 7h às 17h30 todos os dias sob o sol forte de Teresina, capital do Piauí, lavando carros nas margens do rio Parnaíba para ganhar uma média de R$ 540,00 por mês, dinheiro insuficiente para viver bem ao lado da mulher e das duas filhas, uma de 7 anos e uma de 6 anos.
Francisco das Chagas acha que seu futuro poderia ser diferente se não tivesse abandonado o ensino médio no primeiro ano quando sua mulher ficou grávida e foi obrigado a trabalhar.
“Eu sonhava ser soldado e continuar estudando para ter uma carreira militar. Hoje, eu já ficaria contente se fosse motorista”, declarou Francisco das Chagas.
Ele conta que abandonou o ensino médio por necessidade de trabalhar para sustentar a mulher que ficou grávida.
“Eu ainda tentei continuar estudando, mas chegava no colégio e tinha vontade de ficar dormindo. Terminei desistindo. Afinal, eu tenho que sustentar minha família e a prioridade é o trabalho”, afirmou Francisco das Chagas.
Ele recorda que também tinha o desestímulo das graves e na falta de professores em sua sala de aulas na Unidade Escolar Roberto Siqueira, uma escola do governo do Piauí.
“No início do ano e das aulas, faltavam professores ou porque estavam em greve ou mesmo a falta de professores para dar a disciplina. A gente chegava na aula às 19h e ia ter a última aula, às 21h. Uma hora depois, as aulas acabavam e a gente tinha dormido mais do que assistido às aulas”, declarou Francisco das Chagas.
A gravidez foi a causa do abandono do ensino médio no primeiro ano Adriane Maria, de 25 anos, . Ela disse que ficou na escola de ensino médio na cidade de Altos (42 km de Teresina) ainda no oitavo mês da gravidez. Para estudar o ensino médio, Adriane Maria saía todos os dias cedo da tarde do povoado rural Novo Santo Antônio, a 18 quilômetros do centro de Altos, para estudar.
O transporte escolar era fornecido pela Prefeitura Municipal.
“Com uma criança pequena não dava para estudar tão longe. O jeito foi deixar a escola para cuidar de minha filha e sempre sonhei em advogada”, declarou Adriane Maria, que tem uma filha de dois anos.
Fonte: Assessoria de Comunicação/IBGE
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