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terça-feira, 24 de abril de 2012

PROFISSÃO GOLEIRO: Um Frango a Mais Não Faz Mal

Ao longo dos meus 46 anos de vida, pude acompanhar de perto a história de vários goleiros. Nessa minha tragetória pelos caminhos do futebol, vivi dentro e fora de campo a experiência de jogar no gol quando criança e adolescente, e conhecer alguns guarda-metas que marcaram época em Castelo do Piauí.

Aqui relaciono nomes inesquecíveis como: Antonio José, Tiririca, Etivan, Antonio Petú, e outros que foram para o andar de cima, mas deixaram seus nomes inscritos nos anais do nosso futebol.

O primeiro citado nesta lista, eu vi jogar no campo onde hoje está construído o prédio da Prefeitura Municipal. Ali o selecionado castelense fez jogos maravilhosos contra times das cidades vizinhas e mesmo de outros estados. Antonio José, era titular absoluto e garantia de segurança para nossos defensores. Fez jogos memoráveis, em muitas oportunidades foi o responsável direto pela vitória do selecionado de Castelo.

Tiririca foi uma figura folclórica de nossa cidade, apesar de não ter nascido por aqui, resolveu constituir familia e exercer a profissão de borracheiro neste torrão abençoado por Nossa Senhora do Desterro. Tiririca, era alegria em forma de gente, estava sempre de bom humor e tinha tiradas sensacionais, era um gozador nato. Colocava apelido em todo mundo, quando a pessoa ficava zangado, aí era que ele encarnava mesmo. Nas vezes que defendeu a meta castelense, provocou mais risos que emoções com grandes defesas. Não era um eximio arqueiro, mas não fazia feio. Nosso Tiririca foi um verdadeiro showman.

Etivan, apareceu para o futebol em meados dos anos 80 jogou inúmeras vezes pelo Ajax e depois com a junção defendeu as cores do Unijax, um dos melhores times de nossa cidade em todos os tempos. A principal virtude de Etivan, era a elasticidade fazia malabarismo ao dá seus pulos espetaculares para evitar o vazamento de sua meta. Morreu novo, ainda tinha muito a ensinar aos jovens goleiros do nosso futebol.

O último a ser citado por mim neste relato, é Antonio Petú. Goleiro por livre e espontânea pressão: Explico ! Jogávamos em campinhos que tinham no máximo 40 metros de trave a trave, Antonio Petú tinha uma boa estatura e era o maior entre os outros garotos por isso não aceitávamos que ele jogasse na linha, invariavelmente para não ficar fora dos jogos ia para a meta. Daí ! surgiu o excelente goleiro. Ele gostava mesmo era de ir para a linha como se dizia naquele tempo.

Na época em que viveram e jogaram estes quatro gigantes, não tínhamos rádio em Castelo, mas a resenha esportiva existia e todo mundo comentava a perfomance dos goleiros, fosse em partidas por times ou seleção, o burburinho era grande...Fulano no jogo de ontem pegou até mosquito encebado, grudou mais que catarro em parede, tava parecendo o homem borracha, eram alguns termos usados para destacar uma grande atuação. Já na hora de criticar...Goleiro tal, parecia peneira, teve mais furado que tábua de pirulito, ou então era chamado de mão mole. A raça não perdoava de jeito nenhum, jogando bem...ELOGIOS. Falhando...As bordoadas vinham em alta velocidade.

Antonio José, Tiririca, Etivan e Antonio Petú, ao longo de suas carreiras como goleiros falharam em lances cruciais e tomaram gols ditos frangos ou perus, mas nunca perderam a esportiva e participavam ativamente das resenhas procurando justificar de alguma maneira a falha cometida durante o jogo ou jogos. A maior zoação acontecia na praça da matriz local de concentração dos jovens no periodo noturno. Mesmo com toda gozação, nunca nenhum deles partiu para a violência e foi brigar com seus criticos. Como resposta nos dias seguintes treinavam mais e esforçavam se para dá o troco dentro de campo. E quase sempre conseguiam, saiam da situação de vilão para herói num piscar de olhos, ou no interim de sete dias. E essa era a satisfação aguardada pelos torcedores castelense daquela época.


Este artigo quero dedicar especialmente aos goleiros que atualmente defendem os times de Castelo do Piaui. Weully e Valderes (Veteranos), Arnaldo (Rffsa), Edipaulo (River Playte), Erinaldo (Pedreira), Diego (Corinthians das Melancias) e principalmente ao estiloso arqueiro da Baixada, Teixeira Júnior.


P.S - Se você não quer ser criticado, não torne-se uma pessoa pública. As celebridades estão sujeitas às criticas ou elogios. Sendo uma pessoa pública, você tem que está preparado (a), para ambos.



Por: Jurandir Viana - O Narrador Explosão do Rádio Piauiense.

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