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segunda-feira, 30 de abril de 2012

DESCASO: Eletrobras Continua Deixando Consumidores do Piauí no Escuro

O piauiense ficou sem energia, em média, por 30 vezes no ano passado. Esse número ultrapassa o limite estabelecido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para o Piauí em 2011, que era de 23,08 vezes.

De acordo com a Eletrobras Distribuição Piauí, a frequência de quedas de energia vem diminuindo nos últimos 6 anos. Mas, ainda assim, o Piauí é o 6° estado com maior frequência de apagões, ficando atrás somente do Amapá, Pará, Acre, Goiás e Amazonas.

Além do indicador FEC, que mede a frequência com que os apagões acontecem, a Aneel utiliza outro índice para verificar a qualidade do fornecimento de energia: o DEC, que contabiliza a duração média desses apagões.

No ano passado, cada cliente da Eletrobras-PI ficou, em média, quase 42 horas sem luz. A marca superou a registrada em 2010, quando o Piauí esteve "no escuro" por 40 horas e 49 minutos.

Esse tempo de quase 42 horas também está acima do limite fixado pela Aneel. A meta para 2011 era que o Estado não ficasse sem energia por mais que 27 horas e 14 minutos.

No ranking dos estados que ficaram mais tempo "no escuro" no ano passado, o Piauí também ocupa a 6ª posição. Os blecautes só foram mais prolongados nos estados do Pará, Amapá, Amazonas, Acre e Tocantins.


Juntando-se os dois indicadores - DEC e FEC -, o Piauí está entre os sete estados com pior fornecimento de energia do país. A Eletrobras-PI extrapolou tanto o limite de duração quanto de frequência dos apagões. Também descumpriram as duas metas simultaneamente os seguintes estados: Pará, Amapá, Amazonas, Alagoas, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Em Teresina, a qualidade do fornecimento piorou significativamente em 2011, em relação a 2010. Na capital, os apagões se tornaram mais frequentes e também mais duradouros. No ano passado, a capital ficou "no escuro" por mais de 31 horas, com uma média de 18,62 quedas de energia, enquanto em 2010 os índices foram um pouco menores: mais de 21 horas sem energia e, em média, 15,3 apagões.

Já no interior do Estado, o fornecimento melhorou entre 2010 e 2011, apesar de continuar ruim. A duração média das interrupções diminuiu de 48 horas e 12 minutos para 45 horas e 40 minutos, e a frequência, de 38,56 para 34,01 vezes.

Cassação

O diretor-geral Aneel, Nelson Hübner, diz que a Agência pode cassar a concessão de empresas que insistirem em não cumprir as metas estabelecidas.

Para Hübner, o descumprimento dos índices está ligado a problemas de gestão nas concessionárias. "Empresas se descuidaram do investimento, outras já tinham situação econômica complicada e acabaram perdendo muito com multas", disse.

Os números de DEC e FEC vão passar a ter impacto direto no reajuste da tarifa das concessionárias. Quanto maior o número de quedas de energia e a duração desses apagões, menor vai ser o reajuste a que a distribuidora de energia terá direito.

Outro lado

O presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, afirmou que está "muito preocupado" com o descumprimento das metas de qualidade pelas distribuidoras de energia controladas pela empresa (Piauí, Rondônia, Acre, Amazonas e Alagoas).

De acordo com ele, serão investidos R$ 2 bilhões por ano a partir de 2012 para melhorar a qualidade do serviço nas distribuidoras.

"Com esse programa, nós temos certeza que, gradativamente, vamos melhorar os nossos níveis de tal forma que, em 2014, a gente esteja no patamar das melhores empresas de distribuição", afirmou ele.


Fonte: G1

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