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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

OAB-PI, INCRA-PI e ALEPI Irão à Assunção do Piauí Para Resolver Questão de Terra no Centro do Meio !!

Há vinte dias um grupo de trabalhadores com caminhões carregados de estacas e um trator chegou a Comunidade Centro do Meio, zona rural, a 12 km de Assunção do Piauí/PI  e começaram a cercar uma parte da comunidade que ainda não tinha cercado a mando do fazendeiro vizinho Edmilson Alves Carvalho, atitude que deixou os moradores furiosos a ponto de se reunirem e destruírem a cerca construída pelos invasores, em meio a um momento de bastante tensão e conflito entre as famílias, policiais que davam segurança e  funcionários do fazendeiro. A situação foi paralisada por uns dias até que, o invasor invertesse os fatos alegando que as famílias é que haviam invadido sua propriedade dentro de um argumento, que através de um pedido de liminar, segundo depoimento dos familiares, convenceu um juiz desembargador do Piauí a conceder “ordem de desocupação da área”, como se a terra fosse propriedade particular de Edmilson Carvalho, "eles chegaram e foram logo fazendo a cerca e disseram pra gente não encostar e que estavam ali a mando do Senhor Edmilson" disse Vilemar Marques, agricultor e morador do Centro do Meio.

 (Viatura da Polícia Civil de Castelo do Piauí faz segurança para funcionários do fazendeiro derrubar casa dos moradores)
Neste dia 26 de setembro de 2013, por volta das 08:00h os moradores foram surpreendidos novamente com a chegada de um oficial de justiça da comarca de São Miguel do Tapuio e PM’s que vieram para expulsar os moradores e fazer a derrubada das casas e, mais uma vez a comunidade resistiu e alguns moradores foram levados detidos para o fórum de São Miguel do Tapuio, sendo eles: Raimundo Bezerrinha (atual Chefe de Gabinete do prefeito da cidade), Lindalberes Nascimento (agricultor local), o agricultor aposentado Antonio Bezerra da Silva (DIDI) e a Vereadora Irismar Mendes (PMDB), segundo os familiares os mesmo foram detidos por resistirem a ordem de desocupação. Por volta das 10:00h o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) foi convocado para tomar conhecimento dos fatos, representado pelo Presidente José Caetano da Silva, que ao chegar ao local encontrou as famílias apavoradas e parte de uma das casas destruídas por policiais, segundo depoimento do morador Luiz Lopes Lira e, a partir daí o STTR comunicou o fato para a Assessoria Jurídica da FETAG-PI. Não contente com a resistência dos moradores, por volta das 15:00h o Capitão Reginaldo da PM de São Miguel do Tapuio e um Oficial de Justiça chegaram novamente ao local com homens e policiais para dar continuidade ao ato de desocupação, desta vez trazendo um topógrafo para gerar um mapeamento de área, sob guarda da polícia, e mandou que os trabalhadores do fazendeiro viinho derrubassem uma das casas, quando mais uma vez o STTR foi chamado e, ao chegar ao local o Presidente do STTR pediu a cópia do mandado de segurança ao Capitão da PM e este alegou não portar no momento o documento solicitado e, diante disto o Presidente do STTR pediu, de forma amigável, que os policiais se retirassem do local e parassem com aquela atitude até que a Comissão de Direitos Humanos do Piauí compareça ao local e, assim o conflito foi acalmado por este dia e a casa teve sua demolição suspensa.

A pedido do STTR de Assunção do Piauí, uma Comissão Especial composta pelo STTR de Assunção do Piauí, FETAG/PI, OAB/PI, INCRA-PI, ALEPI e Polícia Militar do Piauí irão, a partir de sexta-feira (27/09), acompanhar o processo que gerou o conflito e buscarem uma saída para que o caso seja solucionado o mais breve possível sem deixar grandes prejuízos as partes, "no Brasil que vivemos hoje não se pode mais uma autoridade mandar despejar, sem direito a defesa, uma família que mora ali há mais de 20 anos", disse o Presidente do STTR Caetano Silva.

A comunidade “Centro do Meio” localizada a margem da PI 115, zona rural, distante 12 km da sede do município de Assunção do Piauí (distante 270 km de Teresina), é composta por 10 famílias de agricultores familiares, possui energia elétrica, poço tubular e criações de pequenos e grandes animais e cultivo de agricultura em geral. A terra compreende uma área 709,00 hectares, parte da área é escriturada em nome da família e outra parte é de posse há mais de 30 (trinta) anos, como é o caso da família de Dona Teresinha Lopes que criou todos os filhos morando naquela localidade.

A nossa redação tentou entrar em contato com os representantes do fazendeiro, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto, ficando porém a nossa equipe a disposição de quem quer que seja para ouvir e responder sobre controversas dos fatos.



Fonte: Assunção Livre
Edição: Jurandir Viana

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