Posso dizer com felicidade que vivi anos inesquecíveis na década de setenta, quando tinha no ceio de minha família, Mãe Pequena, Mãe Véia e Mãe Mariinha, três mulheres fortes e determinadas que contribuíram para a formação da nossa prole.
Como já escrevi outras vezes neste espaço, repito, tive uma infância saudável e aproveitei o quanto pude. Até os 15 anos presenciei fatos envolvendo meus irmãos e primos, que podem imaginar eram traquinos e aprontavam poucas e boas. Aqui acolá as danações terminavam em cipó. D. Mariinha, não apelava para a tira de sola na primeira vez que um neto fazia alguma coisa errada, dava outra oportunidade, quando não era aproveitada ela dizia "Taca não é santo, mais obra milagre" aí a sova era certa. Uma vez experimentei da força dela, nunca mais quis fazer traquinagem que merecesse corretivo à base de cinta ou outros meios usados naquele tempo.
Meu segundo irmão, Julimar, esse sim era danado e não tinha medo de peia. Quanto mais apanhava, mais ele procurava. Morávamos numa quinta com muitos pés de manga, cajueiro, goiabeira, limoeiro, mamãozeiro e outras árvores frutíferas. Certo dia brincávamos no terreiro, o perigoso aprontou mais uma e não escapou da pisa. Mas antes da chibata soar, ele deu bastante trabalho, pois corria e não deixava ninguém encostar para lhe entregar à sua vó. Apesar de jovem, após correr durante um bom tempo demonstrou cansaço e pediu socorro à Mãe Véia, que de pé ao lado da casa acompanhava tudo. Tentando escapar Julimar, apelou dizendo "Socorro Mãe Véia, me acuda. Ela disse: Venha meu filho, rapidamente ele correu para seus braços, mas para surpresa ela falou o seguinte "Pega Mariinha que o filho é teu". Meu amigo pense numa pisa conversada.
Os filhos e netos de Gentil Rodrigues de Souza e Maria de Matos Lima, cresceram obedientes aos mais velhos, muitas vezes era melhor levar umas lapadas do que ver o olhar de repreensão dos mesmos. Menino não podia se intrometer em conversa de adulto, passar no meio da sala quando tinha visitas em casa e muito menos se intrigar com os irmãos e primos. Os tempos estão mudados, mas digo que a família é a base para uma sociedade reta e proba.
D. Mariinha do Seu Gentil Patrício, nos deixou no dia 19 de Maio de 1.979. Com ela não tinha estória de meia palavra. Dava o recado direto.
Finalizo dizendo "Quem não aprende em casa, sofre os dissabores do mundo".
Por: Jurandir Viana
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