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sábado, 29 de março de 2014

ARTIGO: Taca Não é Santo, Mais Obra Milagre - Socorro Mãe Véia !!

Muitas pessoas hoje em dia querem saber sobre seus antepassados, e vivem a perguntar para os mais velhos como foi a convivência nos tempos idos, com: Tri avós, bisavôs e avós, pessoas que fizeram parte das nossas vidas e deixaram um legado para que pudéssemos repassar às gerações seguintes.

Posso dizer com felicidade que vivi anos inesquecíveis na década de setenta, quando tinha no ceio de minha família, Mãe Pequena, Mãe Véia e Mãe Mariinha, três mulheres fortes e determinadas que contribuíram para a formação da nossa prole.

Como já escrevi outras vezes neste espaço, repito, tive uma infância saudável e aproveitei o quanto pude. Até os 15 anos presenciei fatos envolvendo meus irmãos e primos, que podem imaginar eram traquinos e aprontavam poucas e boas. Aqui acolá as danações terminavam em cipó. D. Mariinha, não apelava para a tira de sola na primeira vez que um neto fazia alguma coisa errada, dava outra oportunidade, quando não era aproveitada ela dizia "Taca não é santo, mais obra milagre" aí a sova era certa. Uma vez experimentei da força dela, nunca mais quis fazer traquinagem que merecesse corretivo à base de cinta ou outros meios usados naquele tempo.

Meu segundo irmão, Julimar, esse sim era danado e não tinha medo de peia. Quanto mais apanhava, mais ele procurava. Morávamos numa quinta com muitos pés de manga, cajueiro, goiabeira, limoeiro, mamãozeiro e outras árvores frutíferas. Certo dia brincávamos no terreiro, o perigoso aprontou mais uma e não escapou da pisa. Mas antes da chibata soar, ele deu bastante trabalho, pois corria e não deixava ninguém encostar para lhe entregar à sua vó. Apesar de jovem, após correr durante um bom tempo demonstrou cansaço e pediu socorro à Mãe Véia, que de pé ao lado da casa acompanhava tudo. Tentando escapar Julimar, apelou dizendo "Socorro Mãe Véia, me acuda. Ela disse: Venha meu filho, rapidamente ele correu para seus braços, mas para surpresa ela falou o seguinte "Pega Mariinha que o filho é teu". Meu amigo pense numa pisa conversada. 

Os filhos e netos de Gentil Rodrigues de Souza e Maria de Matos Lima, cresceram obedientes aos mais velhos, muitas vezes era melhor levar umas lapadas do que ver o olhar de repreensão dos mesmos. Menino não podia se intrometer em conversa de adulto, passar no meio da sala quando tinha visitas em casa e muito menos se intrigar com os irmãos e primos. Os tempos estão mudados, mas digo que a família é a base para uma sociedade reta e proba.

D. Mariinha do Seu Gentil Patrício, nos deixou no dia 19 de Maio de 1.979. Com ela não tinha estória de meia palavra. Dava o recado direto.

Finalizo dizendo "Quem não aprende em casa, sofre os dissabores do mundo".   



Por: Jurandir Viana

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